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Dia do Trabalhador
Por: 29 de Abril de 2022 em: Publicações

 

 dia do trabalhador

Há 136 anos, em 1º de maio de 1886, os Estados Unidos eram convulsionados por grandes mobilizações dos trabalhadores. Tendo a frente os operários fabris, as batalhas por melhores condições de vida e trabalho reunidas sob a bandeira da jornada de 8 horas, estenderam-se em Chicago e rapidamente se espalharam por todo o país e outros continentes.

Essa é a origem da data que marca o Dia Internacional dos trabalhadores. É o dia em que todo mundo, os trabalhadores se levantam em defesa de suas bandeiras históricas e, mais uma vez, levantam suas mais sentidas reivindicações, vibrando como uma só classe.

Os trabalhadores brasileiros têm enfrentado duros embates.

As chamadas “reformas”, não condizem com seu nome, pois são medidas de destruição, de demolição de direitos conquistados ao longo de mais de um século de lutas dos trabalhadores brasileiros. Elas corroeram e destruíram direitos trabalhistas, criando uma legião de subempregados, sem direitos garantidos, afundados no arrocho salarial. São mais de 12 milhões de desempregados e um número imenso de trabalhadores na informalidade, outros tantos que já perderam as esperanças de ocupar um posto de trabalho, lançados à miséria.

A cesta básica já custa mais de 60% do salário mínimo. O salário mínimo de R$1.212,00 não dá para uma família trabalhadora, sequer dá para um trabalhador ter acesso a tudo que necessita. Os trabalhadores brasileiros têm que escolher se pagam aluguel, compram o gás de cozinha que já custa mais de R$130,00 o botijão, têm que escolher se comem carne ou legumes, até a dúzia de ovos custa o olho da cara. Os filhos do trabalhador brasileiro não bebem mais leite todos os dias, muitas famílias fazem apenas uma refeição por dia. Muitas famílias voltaram a cozinhar com lenha pois não têm dinheiro para comprar o gás e milhares de famílias, sem conseguir arcar com o aluguel, vivem em situação de rua. A saúde do trabalhador é precária devido a sua condição de vida e o SUS, que já se encontrava em frangalhos apesar do empenho heroico dos trabalhadores da saúde, com a pandemia ficou ainda mais sobrecarregado e sem condições de atender a maioria da população. Os transportes, a água, a luz, tudo sobe de preço sem parar, exceto o salário dos trabalhadores.

O salário mínimo necessário calculado pelo DIEESE deveria ser de R$6.394,00, ou seja, mais de 5 vezes mais do que é atualmente.

Essas são as condições enfrentadas hoje pelos trabalhadores brasileiros.

Esses são apenas alguns aspectos de um Brasil em que os grupos de poder disputam bilhões e bilhões de orçamentos secretos e emendas de redator enquanto a população sofre com a carestia de vida.

As bandeiras erguidas há 136 anos pelos trabalhadores de Chicago são mais atuais do que nunca. O 1º de maio é uma data em que nosso pensamento e nossas ações devem estar concentrados em recuperar terreno, resistir, unir os trabalhadores para nos afastarmos da beira do precipício e avançarmos para retomar e defender nossos direitos.

Os trabalhadores em transportes rodoviários de BH e Região carregam consigo um legado de lutas. Miramos o futuro apoiados nas tradições de nossa categoria que sempre esteve presente nas principais mobilizações dos trabalhadores de BH e Região e fazemos nossa saudação a cada um que se dedica a transportar a população e milhares de trabalhadores todos os dias em na Capital e Região Metropolitana.